Pesquisa da abie revela otimismo cauteloso por parte da maioria das indústrias do setor em relação ao ano 2023

A pesquisa realizada pela ABIE no início deste ano aferiu as expectativas das indústrias de esquadrias para o mercado em 2023, bem como sua avaliação do ano de 2022. O resultado foi surpreendente. Dentre as empresas entrevistas, 65% atuam no mercado verticalizado, 20% no horizontalizado, e somente 15% em ambos. Esta informação é importante para traçar um raio-x do perfil dos participantes, visto que o ramo de construções verticais é diretamente relacionado a empreendimentos residenciais de grande porte, altamente dependentes de políticas de incentivo e de crédito, enquanto o setor mais horizontalizado é impactado pelo poder de compra e taxa de desemprego da população.

Dentre as empresas que responderam a pesquisa, a maioria (50%) avaliou que 2022 foi semelhante a 2021 para os negócios, ou seja, não houve melhora ou piora significativa. O segundo maior grupo (30%) é composto pelos que avaliaram 2022 como melhor que 2021, seguidos pelos que avaliaram como muito melhor (15%). Apenas 5% avaliaram o ano de 2022 como pior que 2021, o que sinaliza a redução do impacto da pandemia sobre o setor.

Já quanto às expectativas para 2023, 55% das empresas estão otimistas, 35% responderam que não possuem expectativas e preferem esperar para ver como será o ano antes de dar seu parecer. Novamente, uma menor porcentagem que as outras respondeu que está pessimista: 10% das entrevistadas acredita que 2023 será pior que 2022. Esta informação valida que a diminuição dos casos de Covid-19 e a improabilidade de novas medidas de lockdown ou expansão dos custos públicos com a emergência sanitária irá viabilizar que o mercado retome patamares anteriores de investimentos e performance.

Quando questionados sobre financiamento imobiliário, 45% das entrevistadas acredita que haverá mais recursos disponíveis, 30% acredita que haverá menos, e 25% acredita que não haverá diminuição ou aumento, a quantidade de recursos se manterá em relação à 2022. Contudo, a maioria acredita que a taxa de juros aumentará (60% das empresas que responderam a pesquisa), ou seja, o financiamento imobiliário ficará mais caro. Apenas 15% acredita que haverá uma diminuição da taxa de juros, e por fim, novamente 25% das empresas entrevistadas acreditam que ela se manterá no mesmo patamar.

Curiosamente, quando questionadas se acreditam que haverá aumento no volume de vendas no mercado de varejo, houve um empate: 40% acreditam que o setor irá vender mais que em 2022 e 40% acredita que venderá menos. Os demais 20% apostaram na estabilidade e manutenção do volume de vendas para 2023. 

Outros dados aferidos pela pesquisa atestam que a positividade e o otimismo prevaleceram entre as empresas do ramo de esquadrias:

• 55% das indústrias pretendem aumentar o volume de produção em 2023;
• 45% pretendem investir na estrutura, comprar equipamentos novos e melhorar seus processos de fabricação;
• 70% têm a intenção de lançar novos produtos;
• 65% irão investir mais na imagem de sua marca/empresa.

Apesar disso, pode-se perceber que o setor está incerto quanto aos rumos que as políticas e condições para financiamento imobiliário irão tomar. É interessante notar que uma parcela significativa dentre os entrevistados está cautelosa e optou por respostas mais moderadas, apostando na estabilidade do mercado e na continuidade das dinâmicas vividas em 2022. Isso condiz com o número de empresas encontradas que não possui qualquer expectativa para 2023, e que provavelmente vai agir e planejar conforme situações-chave se resolverem.

Também é curioso notar que mesmo dentre as empresas mais otimistas, 20% não está certa de que haverá aumento no volume de vendas no mercado de varejo.

Levando tudo isso em conta, fica evidente que as indústrias do ramo de esquadrias estão majoritariamente otimistas, prevendo que 2023 será um ano bom, de crescimento e expansão, porém, estão no aguardo de mais recursos e taxas mais baixas para o financiamento imobiliário e de um aumento nas vendas para confirmar tal positividade, o que mostra sensatez e moderação por parte do setor, já mais adaptado às mudanças políticas e mercadológicas que regem seu ramo de atuação.

Por fim, baseado em todos os dados coletados e analisados, nós da ABIE sugerimos que as indústrias do setor de esquadrias se mantenham alertas sobre as ações políticas e econômicas, para assim poderem tomar decisões mais acertadas. Também gostaríamos de reforçar que iindependente de qual cenário econômico irá se concretizar – seja ele o otimista ou o pessimista –, investir no marketing da sua marca, no desenvolvimento de produtos, na qualidade e na melhora da estrutura e dos processos é sempre bom e saudável, pois pode gerar diferenciais competitivos e ser fator importante no aumento das margens de lucro ou da participação de mercado.