O mês de junho tem sido historicamente caracterizado por uma redução na atividade industrial no Brasil, com diversas fábricas interrompendo a produção e o consequente acúmulo de estoques de tarugos de alumínio. Recentemente, um dos principais players do mercado de extrudados indicou que os estoques estão abarrotados e a entrada de novos pedidos está diminuindo.

Simultaneamente, a China vem fortalecendo sua capacidade produtiva interna, o que aumenta a oferta global de alumínio. Esse aumento na disponibilidade de materiais tem contribuído para uma queda nos preços na Bolsa de Metais de Londres (LME), provocando hesitação no mercado de compra de tarugos, mesmo com preços atualmente atraentes.

Nesse contexto, espera-se um declínio temporário na demanda por extrusão de alumínio no Brasil. O excesso de tarugos de alumínio, combinado com a desaceleração da chegada de novos pedidos, pode gerar um excedente no mercado. Além disso, a expansão da produção de alumínio na China poderá pressionar ainda mais os preços internacionais.

No entanto, essa situação é preocupante, particularmente para a indústria da construção civil, que é um dos principais consumidores de alumínio. Apesar da resiliência na demanda por unidades habitacionais e a expectativa de retomada gradual no segundo semestre de 2023, o atual cenário do mercado de alumínio poderia levar a uma cautela adicional por parte dos incorporadores. A incerteza em torno da evolução dos preços do alumínio e os altos custos dos insumos podem levar a um adiamento de novos lançamentos imobiliários.

A queda dos preços na LME parece estar gerando incerteza no mercado, fazendo com que os compradores hesitem em adquirir tarugos de alumínio, apesar dos preços favoráveis. Essa situação sugere uma expectativa de que os preços possam continuar a cair, ou pelo menos manter-se baixos por um período de tempo, o que poderia afetar ainda mais a indústria da construção civil.

Por fim, é importante ressaltar que o mercado de alumínio é complexo e influenciado por vários fatores, incluindo a dinâmica da oferta e demanda global, as decisões políticas, e a saúde da economia global e regional. Portanto, embora a situação atual sugira uma perspectiva de baixa para o mercado de alumínio no curto prazo, a situação pode mudar à medida que esses fatores evoluem.