Expectativa positiva no varejo – Revista Anamaco
O Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) acaba de divulgar o resultado do Índice Antecedente de Vendas (IAV) de abril, apurado pela EY. De acordo com os dados apresentados, o IAV consolidado ponderado no mês registrou alta de 0,6% nas vendas em relação ao mesmo período de 2022. Para os próximos três meses, a previsão é de que o indicador siga em terreno positivo, com altas de 1,9% em maio, 2,2% em junho e 3,4% em julho.
No sentido inverso, o IAV de abril, ajustado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA (em abril, o IPCA cresceu 0,61% sobre março) ficou negativo em 3,6%. O mesmo acontece nos meses previstos (maio, junho e julho), cuja expectativa é de retração, respectivamente em 2,3%, 1,8% e 17%.
Na mesma base de comparação, o segmento de material de construção registrou queda de 2% em abril. No entanto, para os próximos três meses, a expectativa é de que as vendas no setor entrem em trajetória de alta: é esperado incremento de 8% em maio, 9% em junho e 10% em julho.
Jorge Gonçalves Filho, presidente do IDV, explica que a retração no mês mantém a esteira de desempenho sofrível dos últimos 12 meses. “Além das dificuldades de acesso ao crédito para girar o mercado imobiliário, que acaba por alavancar o varejo de material de construção, há a falta de perspectiva positiva com o futuro da economia, o elevado endividamento das famílias (78,3% estão endividadas) e a não recuperação da renda familiar, que está no mesmo nível de quatro anos atrás”, salienta.
Por outro lado, o executivo observa que, em que pese este quadro, a injeção de recursos da restituição do Imposto de Renda, a antecipação do 13º salário para os aposentados, a implementação do Programa Desenrola Brasil (iniciativa do Governo Federal, que pretende facilitar o refinanciamento das dívidas, diminuir o número de famílias inadimplentes no País e dar mais fôlego para quem batalha para colocar as contas em dia) e a provável aprovação do arcabouço fiscal poderão aumentar a confiança do consumidor e levar a uma significativa melhora de mercado no segundo semestre deste ano.
O desempenho futuro considera um cenário com manutenção da Taxa Selic em 13,75%, câmbio (US$ 5,02) e perspectiva do crescimento de 1,02% do Produto Interno Bruto (PIB).